Fala com Especialista: Os segredos para alcançar melhores resultados com a FIV


Por Daniel Martins
Médico Veterinário e Coordenador de Campo e Logística Cenatte Pedro Leopoldo/MG
(31) 99765-8762 | daniel@cenatte.com.br



Nesta edição do Boletim Cenatte, o Médico Veterinário e Coordenador de Campo e Logística, Daniel Martins, compartilha sua experiência sobre os principais desafios para alcançar resultados eficientes com a FIV. Além de apontar as dificuldades do processo, ele também traz dicas práticas que podem ajudar produtores a potencializar os resultados em suas fazendas.

Quais os maiores desafios que você enxerga hoje no trabalho com biotecnologia da reprodução bovina?
Um dos maiores desafios ainda é a divergência de informações somada à falta de conhecimento técnico. Muitos produtores desconhecem os detalhes que fazem toda a diferença no resultado de um programa de FIV. Outro ponto crucial é a integração entre manejo nutricional, sanitário e reprodutivo. A biotecnologia sozinha não faz milagre, ela precisa estar inserida em uma gestão eficiente da fazenda. Além disso, o planejamento de longo prazo ainda é pouco explorado, frequentemente encontramos produtores que buscam a FIV como uma solução pontual, quando, na verdade, ela deve ser encarada como uma estratégia contínua de melhoramento genético e aumento de produtividade.

Você pode compartilhar algum caso ou resultado marcante?
Um resultado que considero marcante foi em uma propriedade que vinha enfrentando dificuldades para emprenhar as receptoras, apresentando índices de prenhez bastante baixos. Quando analisamos os números em detalhe, identificamos alguns pontos de melhoria na fazenda. Um deles era o manejo sanitário, que estava desatualizado. Antes de darmos continuidade ao processo de FIV, o produtor, realizou uma rodada completa de vacinação e reforço sanitário. A partir dessa ação, os resultados saltaram de forma significativa. É claro que esse problema era algo pontual em uma fazenda que já possuía uma estratégia nutricional e de manejo bem estruturada, mas serviu como prova de como ajustes específicos podem transformar os índices reprodutivos.

Na sua visão, o que diferencia o trabalho do Cenatte em relação a outros laboratórios e parceiros?
O Cenatte tem um diferencial que vai além da técnica, entregamos qualidade e resultados em prenhez. Nosso trabalho envolve todo o processo, desde a produção no laboratório até a transferência no campo, sempre com foco na personalização do serviço. Realizamos um acompanhamento próximo das fazendas, com técnicos capacitados não apenas laboratorial, mas também no campo, o que nos permite promover ajustes refinados em cada etapa. Essa integração é o que garante consistência e maximiza os resultados para nossos clientes.

Que conselho você daria para os produtores que querem melhorar seus índices reprodutivos utilizando a FIV?
O principal conselho é compreender que a FIV não faz milagre. Ela não vai “salvar” uma propriedade se for aplicada de forma isolada. A fertilização in vitro deve ser entendida como parte de um sistema macro e integrado dentro da fazenda. Por isso, é essencial investir em sanidade, nutrição, bem-estar animal e no treinamento da equipe de manejo. Muitas vezes, são pequenos detalhes no dia a dia de curral ou no trato alimentar que determinam o sucesso, ou o fracasso dos índices reprodutivos.

Existe algum detalhe ou cuidado simples que faz diferença e que muitas vezes passa despercebido no manejo?
Sim, costumo destacar dois pontos que muitas vezes recebem menos atenção do que deveriam: o manejo de estresse e a qualidade de execução dos protocolos hormonais. Animais estressados, seja por transporte, manejo busco ou até pela falta de sombreamento nos piquetes, tendem a apresentar queda significativa nos índices reprodutivos. Outro fator crítico é o cumprimento rigoroso dos horários de retirada de implantes e aplicação dos hormônios, assim como acondicionamento correto dos que necessitam de resfriamento. Às vezes, um atraso de poucas horas já é suficiente para comprometer todo o processo, ou uma má conservação de estoque de hormônios resfriados ou mesmo no dia da aplicação.

Como você enxerga o futuro da reprodução bovina no Brasil e o papel do Cenatte nesse cenário?
O Brasil já é referência na pecuária, mas ainda tem um potencial enorme a ser explorado. O futuro está na pesquisa e no desenvolvimento de biotecnologias cada vez mais eficientes, na personalização dos programas reprodutivos e na expansão do uso de dados para a tomada de decisão. Caminhamos cada vez mais para uma pecuária mais orientada por análises preditivas, indicadores de desempenho e integração entre genética, nutrição e reprodução. Nesse cenário, o Cenatte tem papel fundamental, pois une experiência, tecnologia e inovação para oferecer soluções práticas no campo, sempre com foco em inovação, produtividade e sustentabilidade.